Um chiqueiro diferente onde os porcos têm sempre razão. Sinta-se em casa e não peça nada. Uma cervejita gelada? Não espere que eu ofereça. Levante a "bunda" e pegue na "geladeira". O chiqueiro é vosso.
Bem, confesso que não tenho tido tempo para vir aqui colocar uns texticulos. Mas hoje fiz questão de arranjar tempo.
É que tenho recebido no meu e-mail várias mensagens a pedir a minha valiosa assinatura para uma petição para que não haja acordo ortográfico.
Bem, aceito que haja pessoas que não queiram o acordo – Estão no seu direito. Mas fico chateado quando usam artimanhas para enganar as pessoas e as manipular para o seu interesse.
Primeiro esse texto trás erros relativamente ao acordo quando tentam escrever um texto sob a nova forma de escrever – Ignorância ou má fé? Por exemplo: o C só desaparece quando ele é mudo. Se ele é mudo o que é que ele está lá a fazer? Pergunto eu.
Depois, e essa é bem engraçada, lá vem a foto do Camões em referência à nossa língua – A língua de Camões. Língua de Camões? Nunca devem ter lido Camões. É que o português do Camões não tem nada a ver com o português que se escreve e fala nos nossos dias.
Pois é, as coisas evoluíram. Hoje já não vamos à PHARMÁCIA, hoje já não posso almoçar com vossa MERCÊ, e já nem acho o arroz de pato MUI bom.
Também gosto particularmente do patriotismo destes Velhos do Restelo (já que falamos em Camões) que exultam por a língua portuguesa ser a quinta mais falada no mundo, mas não conseguirem entender que essa mesma língua está completamente defasada de país para país.
É por esta forma de pensar – de Velhos do Restelo – Que Portugal está como está. Se calhar o acordo vai trazer bem mais benefícios. Se calhar temos muito mais a ganhar se nos aproximarmos mais dos países de língua oficial portuguesa em vez de ficarmos com saudosismos tristes que só nos impedem de avançar. Eu não assino essa petição. Eu sou a favor do acordo ortográfico.
A unificação e a evolução proporciona destas COUSAS.
apesar de ainda não ser destaque do Sapo... sinto-me: em evolução
Há algum tempo que tenho vontade de escrever sobre a monarquia. Contudo, não o fiz ainda por considerar o tema de grande importância e achar que me falta a capacidade de saber colocar em palavras aquilo que penso sobre o assunto.
Curiosamente, ontem encontrei no blog “O Insurgente” um debate muito interessante e bem explanado sobre o tema. Vale a pena ir aqui (primeiro) e aqui (depois) para ler, e aprender mais qualquer coisa sobre o assunto. Para além dos posts serem de grande qualidade, os comentários, pró e contra, também são muito bons.
apesar de ainda não ser destaque do Sapo... sinto-me: um húmilde súbdito
Tinha um ano e quatro dias quando se deu o 25 de Abril. Obviamente, não sei o que é viver numa ditadura nem consigo imaginar o sofrimento daqueles que viveram a sua forma mais extrema de actuar. Contudo, não creio que isso me tire o direito de a tentar analisar e tirar algumas ilações.
Na minha humilde ignorância, tento analisar, de uma forma inteligente e imparcial, aquilo que teria sido o antigo regime. Tento despir-me das razões dos que apoiavam ou lutavam contra o então, instalado, regime político. Afinal, “nem tudo é tão mau como parece nem tão bom como aparenta”.
Parece-me inegável que, apesar de todas as atrocidades praticadas, da guerra colonial e do isolamento a que o país foi lançado – não é isso que pretendo analisar -, Salazar era dotado de um enorme patriotismo, não usava o poder para seu proveito pessoal e, mal ou bem, tinha uma estratégia de governação para desenvolver o país. O porto de Sines é o exemplo mais gritante dessa estratégia. Apesar de só ter sido começado a ser construído em 1973, o seu planeamento já vinha bem lá de trás. Salazar sabia que era a porta de entrada para a Europa e quis se aproveitar disso, para além, claro, de ser também a porta de entrada do que vinha das colónias. Mal ou bem, era uma estratégia. Hoje o porto de Sines é um dos principais portos da Europa e de fundamental importância para a política energética de Portugal (apesar de muito mal aproveitado pelos sucessivos governos democráticos).
Apesar do romantismo pós-ditadura, em que se apelidou a revolução como uma vitória do povo, os historiadores apresentam a revolução como um movimento militar que se insurgia contra a guerra colonial e contra a situação precária dos militares das forças armadas. Obviamente que não quero tirar aqui o mérito de todos aqueles que lutaram heroicamente contra a ditadura, dos quais exalto a figura de Álvaro Cunhal, só para dar um exemplo.
Alguns historiadores defendem também que a revolução militar poderá ter sido um erro, dado que a ditadura já não era tão intensa e, segundo afirmam, já estaria numa fase de transição para a democracia. Mas, precipitada ou não, ela aconteceu.
Os conturbados anos que se seguiram à revolução podem-se apelidar de “normais” dado que, historicamente, todos os países que saíram de ditaduras os viveram. São momentos de transição, onde se cometem erros, excessos, vinganças e também, porque não dizê-lo, injustiças.
Com a normalidade social reposta passou-se então a viver em democracia. Uma democracia com virtudes, com defeitos, mas bem melhor, penso eu, do que uma ditadura.
Contudo, depois da revolução nunca vi, ou tive conhecimento disso, o país ter uma política estratégica, quer social quer económica. Nunca vi um governo traçar uma linha, um caminho para o país – “queremos ir daqui para ali”; “o nosso objetivo é crescer tantos por cento ao ano”; “a estratégia do país é esta”. Nunca vi um governo apelar a uma unidade nacional para se atingir um determinado objectivo. O único que sempre me pareceu mais perto de ter uma estratégia foi o governo de Cavaco Silva. Viu que o país não tinha infra-estruturas (que são fundamentais para a economia de qualquer país), que estava obsoleto e, mal ou bem, tentou fazer alguma coisa.
Hoje, Portugal está completamente ultrapassado. Não tem indústria, não tem agricultura, não tem pescas, não tem comércio, não tem tecnologia, não tem uma estratégia. Está transformado numa estância balnear, e de qualidade duvidosa.
À classe política falta comprometimento, falta visão, falta competência, falta liderança, falta patriotismo. Não aquele patriotismo associado a um nacionalismo néscio de intolerância, mas aquele patriotismo, e desculpem-me a franqueza, que, mal ou bem, o Dr. Oliveira Salazar tinha de sobra.
Aquilo que vemos hoje na sociedade civil não é mais do que o reflexo de um povo sem rumo, sem orientação, sem um objectivo comum, sem... uma estratégia. Um rumo e uma estratégia não para mostrarmos aos outros que somos bons, mas para crescermos e evoluirmos. Uma estratégia como têm, por exemplo, americanos, ingleses, alemães, chineses, brasileiros, indianos, que sabem, mal ou bem, onde querem chegar e sabem como lá chegar.
O que nos falta? A nós falta-nos um líder, porque capacidade temos de sobra. Falta-nos alguém que nos aponte o caminho. Um D. Sebastião, dirão os mais românticos.
Assim, apesar de festejarmos 35 anos de liberdade, continuamos, não orgulhosamente, mas estupidamente sós.
P.S. - Estupidamente sós não! Esquecime de referir que temos os nossos amigos europeus, a quem, de fato e gravata, vamos pedir esmola (como diria um grande amigo meu, o Professor JURB).
música: E depois do adeus - Paulo de Carvalho
apesar de ainda não ser destaque do Sapo... sinto-me: com esperança
Tenho lido atentamente todas as notícias políticas que me chegam além mar - O Sócrates para aqui, o Sócrates para ali. Tenho lido também muitos blogs com opiniões políticas – O Sócrates para aqui, o Sócrates para ali.
Por altura da última campanha eleitoral para a Assembleia da República, li uma entrevista no “Expresso”, que tinha sido televisionada um dia antes, entre os dois principais candidatos: o Dr. Santana Lopes e o “Eng” José Sócrates. José Sócrates tinha um discurso populista, de fácil compreensão, mas completamente vazio de conteúdo. Por seu turno, Santana Lopes, de quem não sou nada admirador, apresentava factos, contas, números e, mal ou bem, delineavam um caminho para o seu governo. O povo, quem mais ordena, escolheu o “populista”, que ainda teve o azar de apanhar com uma crise mundial pelo meio, e o resultado está à vista – Muita parra... nenhuma uva. (estão a queixar-se do quê? Ele avisou. Agora aguentem-se).
Muito se diz e muito se escreve nos blogs. O interessante é que os opositores do Governo não dão tréguas ao nosso premier e, os seus “apoiadores”... também não o defendem. Podem até tentar justificar isto ou aquilo no governo, mas ninguém defende o homem.
Agora, o engraçado é ver as movimentações dos partidos. O PS finge que governa – com a crise instalada e com um país sem qualquer estratégia feita nos últimos vinte anos, é difícil fazer melhor; O PSD e o CDS fingem que fazem oposição – Quem é o burro que quer ser governo nesta altura do campeonato? A altura é de queimar alguns “patos”; O BE continua a sua cruzada populista e demagógica para conseguir mais cadeirinhas e, quem sabe, ter força para uma futura aliança governista – Avante camarada, avante, junta a tua à nossa voz. Depois temos o PCP... ainda meche?
E, enquanto o povinho agoniza, os partidos políticos preparam-se para as eleições européias, que mais não serve senão para ver como é que andam os resultados das “equipes” no “campeonato da primeira divisão” da política portuguesa.
Olhem... aguentem-se.
Que bem que se está no Brasil!
apesar de ainda não ser destaque do Sapo... sinto-me: porreiro